2006/11/17
Chamberlain e Churchill, again
"Ou será que duvida que Chamberlain teve um comportamento ético na forma como lidou com Hitler? E que, se calhar, Churchill terá sido menos ético nos seus procedimentos em relação ao ditador alemão? A qual dos dois dá, hoje, razão?"
Um pormenor de um excelente texto de Rui A. no Blasfémias., que não põe em causa o texto, mas...
Foi Chamberlain que por um lado ganhou a moral ao escapar de "casus bellis" menores para defender o erro de espalhar alemães por vários territórios com o Tratado de Versailles, e por outro ganhou tempo para o rearmamento. Lembrar que no caso de "Muniche" -Checoeslováquia, quer a Polónia quer a Hungria reividicaram e ficaram também com "pedaçitos" da Checoeslováquia, alegando as origens nacionais dos habitantes. Ninguém duvida que os alemães sudetas queriam fazer parte da Alemanha (como aliás os que tinham ficado em Danzig, que seria o motivo para o início do conflito).
E para cúmulo, a solução "Ocidental" depois da guerra, foi deslocar (expulsar) todos os alemães da Chechoeslováquia para a Alemanha à boa maneira Estalinista. Ou seja, parece que deram razão a Chamberlain.
Talvez Chamberlain na condução da WWII em vez de Churchill, não se tivesse deixado cegar tanto (motivo? a animosidade contra a Alemanha que era anterior à " WWI"), ao ponto de fazer de Estaline um aliado que acaba por ficar com mais território (e influência no mundo) do que se calhar, o próprio Hitler ambicionava alcançar.
Era uma das possibilidades estratégicas apontadas nos gabinetes de defesa e na boa tradição realista inglesa (de manter a europa continental fora da rivalidade ao seu Império pelas suas divisões e conflitos próprios), fazer com que Estaline e Hitler se combatessem mutuamente. Chamberlain foi mais correcto antes e poderia ter sido mais correcto depois e com isso, o mundo ter sido (mais) poupado ao que resultou da WWII.
Churchill é um caso de admiração pelos discursos e capacidade de oratória e galvanização e as suas idiossincracias pessoais. Também foi assim que os lideres fascistas conseguiam o apoio das massas.
A prática, demonstra-se, ter tido resultados péssimos em toda a linha, quer para o seu Império (e declíno acelerado da Inglaterra), quer com os anos de Guerra Fria que se seguiram.