2006/10/12

Coreia e Bush

Alguns defendem a tese que é um caso em que "Bush" (uma simplificação para caracterizar a estratégia da política externa dos EUA pós 11/9) não pode ser culpado.

Também se ironiza sobre possível crítica à recusa em os EUA seguirem conversações bilaterais com a Coreia do Norte em vez de multilaterais, porque contradiz os críticos dos EUA que o acusam de unilateral.

Como por vez acontece (e cada vez com mais frequência), um excesso de querer dizer o contrário da esquerda (eu diria também de muitos liberais/libertarians e uns quantos conservadores não-intervencionistas e quem sabe ainda uns tantos realistas), não é garantia de acertar.

O Coreia é um problema americano que lá resolveu intervir para salvar os Coreanos de si mesmo (e resultado da destruição total do Japão na WWII e vitória total de Estaline ter deixado a Ásia, para além de metade da Europa, refém do comunismo, quer militarmente quer porque as próprias populações/intelectuais o abraçavam - não tinha sido Estaline aliado e o principal responsável pela ofensiva? E o vencedor?) e estacionar por lá 30 000 homens. Representou o primeiro acto de Guerra sem Declaração de Guerra pelo Congresso Americano como manda a Constituição.

Antes do 11/9 os sinais de normalização abundavam. Lembro-me bem que a Coreia do Norte tinha até anunciado a criação de uma zona especial liberalizada à semelhança do que a China já tinha começado a fazer. Os sinais abundavam.

E parece evidente que é um caso de necessidade de negociação bilateral para normalização de relações diplomáticas e não multi-lateral.

Bom, mas depois...foi o "axis-of-evil" do nosso neo-con-canadiano-David-Frum e um completo histerismo sobre a possibilidade de proliferação e difusão de Estados para bandos armados de tecnologia nuclear.

Qual tem sido na prática os resultados: A Coreia escala, o Irã escala. Os EUA numa posição de inferioridade militar (Iraque) e de fraqueza porque óbviamente os custos de uma intervenção nos dois casos implica um preço bem alto a pagar.

Como já disse, o perigo é despoletar um ponto de não retorno, como muitos nas histórias das guerras, sabendo-se do que se pode esperar de inesperado de um animal ferido e cercado.


Kim Dae-jung Blames US for Nuke Crisis

Former President Kim Dae-jung said yesterday that North Korea’s proclaimed nuclear test on Monday proved the failure of the hostile policy of the United States, not the engagement policy of South Korea.

He called for bilateral talks between Washington and Pyongyang to resolve the nuclear crisis.(...)

Urging the Kim Jong-il regime to stop provocative acts, Kim also launched a strong criticism against the Bush administrati

on, which has been stepping up pressure on the isolated country under a hard-line policy.
He argued that Pyongyang’s nuclear test, along with other actions in the past several years such as the withdrawal from the Nuclear Non-proliferation Treaty (NPT) and the annulment of the 1994 Geneva Accord, proved the failure of the U.S.’ North Korea policies.


``Former President Bill Clinton had almost normalized the North Korea-U.S. relations by accepting the North’s demand for bilateral talks,’’ he told the audience. ``But President Bush neglected the call and brought about today’s failure.’’"
Comments:
Desde que nasci que vivo ameaçada pela possibilidade de alguém utilizar bombas atómicas.
Estou farta!
Vivemos rodeados de centrais nucleares e parece que ninguém se preocupa que um "maluco" qualquer as utilize como alvo.( Lembra-se das consequências do desastre de Chernobyl?)
Mas, usamos rios de palavras para discutir se um país ou outro tem o direito de criar armas nucleares.

Se nos colocarmos na posição dos homens que têem o poder de dar a ordem para disparar as armas, ràpidamente chegamos à conclusão que é muito mais seguro (para eles) e mais prático enviar tropas para morrer e matar em qualquer sitio do Mundo do que usar uma arma que lhes vai cair em cima ou obriga-los a viver o resto da vida num bunker qualquer.
Os homens no poder podem ser malucos mas, não são parvos.
 
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