2006/09/12
WWII, "Democracias" e Bombardeamentos
A propósito da leitura de "The Origins of the WWII" - AJP Taylor.
Parece ser logo no primeiro capitulo "Second Thoughts" (se nada mais for lido, este primeiro capítulo quase que basta por si mesmo) que AJP Taylor demonstra porque foi o historiador conceituado e controverso (primeiro comunista depois e sempre pelo Labour Party e cedo (ou mais cedo que outros) crítico do estalinismo - assim como George Orwell, creio, e insuspeito por desde cedo, nos anos 30 (e antes do inicio do conflito), defender uma aliança soviética-britânico contra os alemães (concretizada para nosso mal, o aliado Estaline acabou por ser o grande vencedor e o Império Britânico o grande derrotado).
Neste livro, põe as culpas em todas as partes (incluindo o famoso exagero-mas-ainda-hoje-dado-como-sábio de Curchill sobre a capacidade militar, aliás evidente na incapacidade demonstrada pelos alemães na guerra aérea com os ingleses), sendo que de Hitler, a única coisa consistente com a sua fama é o seu racismo a leste e anti-semitismo, mas que não tinha planos de guerra precisos na exacta medida em que os eventos ocorreram.
"German rearmament was largely a myth until the spring of 1936. Then Hitler put some reality into it. His motive was principally fear of the Red Army; and of course Great Britain and France had begun to rearm also."
"When war borke out in 1939, German had 1450 modern fighter planes and 800 bombers; Great Britain and France had 950 fighters and 1300 bombers. The Germans had 3500 tanks; Great Britain and France had 3850. In each case Allied intelligence estimated German strenght at more than twice the true figure. As usual, Hitler was thought to have planned and prepared for a great war. In fact, he had not."
Agora, as verdades que nunca se dizem, e que quase que parecem uma blasfémia por serem verdade:
* "...the almost universal belief that Hitler started the indiscriminate bombing of civilians, whereas it was started by the directors of British strategy, as some of the more honest among them have boasted"
* "Only the British bombing attacks on German cities stimulated Hitler and Germans to take war seriously"
E tanto quanto sei também, foram também os Britânicos através de Churchill que já no decorrer/fim da WWI (a última com os resquícios de uma moral ainda civilizada própria da velha ordem que desapareceu nas suas cinzas), que se preparavam para iniciar bombardeamentos "totais". E Churchill, já depois do mundo ter observado horrorizado dos efeitos da guerra química, conseguiu ainda recomendar o seu uso em bombardeamentos na guerra às tribos do Iraque (depois dizem que são "eles" que querem invadir o Ocidente), em mais um caso que os "libertados"-coitados-não-se percebe-porquê combatem um império libertador-civilizador.
Conclusão: que objectivo se persegue em dizer mal "dos bons" e parecer desculpar os "maus"? Bem, para mim, o estatismo é que é o mal em si mesmo. O poder centralizado, seja eleito ou autocrático, padece dos mesmos males. Sendo um deles, a inexorável tendência para praticar o mal mesmo quando pretende fazer o bem. O poder democrático (no pior do seu sentido - o do centralismo democrático - sendo que esta característica no que respeita à política externa atinge o seu máximo, decidida por uns poucos) repetidamente padece de um mal adicional, uma certa tendência para "idealizar" os conflitos. Os poderes não-democratas (especialmente as monarquias), por paradoxo que possa parecer, têm consciência da precaridade da sua posição em termos de legitimidade (ou melhor, da presunção de consentimento) aos olhos da sua população. Mesmo no fascismo com políticas externas agressivas, as guerras têm de ser limitadas a objectivos compreensíveis. E mesmo os tiranos compreendem que uma guerra em larga escala é um perigo para a manutenção do poder. Por isso se pode dizer que Estaline venceu sem nada ter feito por isso.
Parece ser logo no primeiro capitulo "Second Thoughts" (se nada mais for lido, este primeiro capítulo quase que basta por si mesmo) que AJP Taylor demonstra porque foi o historiador conceituado e controverso (primeiro comunista depois e sempre pelo Labour Party e cedo (ou mais cedo que outros) crítico do estalinismo - assim como George Orwell, creio, e insuspeito por desde cedo, nos anos 30 (e antes do inicio do conflito), defender uma aliança soviética-britânico contra os alemães (concretizada para nosso mal, o aliado Estaline acabou por ser o grande vencedor e o Império Britânico o grande derrotado).
Neste livro, põe as culpas em todas as partes (incluindo o famoso exagero-mas-ainda-hoje-dado-como-sábio de Curchill sobre a capacidade militar, aliás evidente na incapacidade demonstrada pelos alemães na guerra aérea com os ingleses), sendo que de Hitler, a única coisa consistente com a sua fama é o seu racismo a leste e anti-semitismo, mas que não tinha planos de guerra precisos na exacta medida em que os eventos ocorreram.
"German rearmament was largely a myth until the spring of 1936. Then Hitler put some reality into it. His motive was principally fear of the Red Army; and of course Great Britain and France had begun to rearm also."
"When war borke out in 1939, German had 1450 modern fighter planes and 800 bombers; Great Britain and France had 950 fighters and 1300 bombers. The Germans had 3500 tanks; Great Britain and France had 3850. In each case Allied intelligence estimated German strenght at more than twice the true figure. As usual, Hitler was thought to have planned and prepared for a great war. In fact, he had not."
Agora, as verdades que nunca se dizem, e que quase que parecem uma blasfémia por serem verdade:
* "...the almost universal belief that Hitler started the indiscriminate bombing of civilians, whereas it was started by the directors of British strategy, as some of the more honest among them have boasted"
* "Only the British bombing attacks on German cities stimulated Hitler and Germans to take war seriously"
E tanto quanto sei também, foram também os Britânicos através de Churchill que já no decorrer/fim da WWI (a última com os resquícios de uma moral ainda civilizada própria da velha ordem que desapareceu nas suas cinzas), que se preparavam para iniciar bombardeamentos "totais". E Churchill, já depois do mundo ter observado horrorizado dos efeitos da guerra química, conseguiu ainda recomendar o seu uso em bombardeamentos na guerra às tribos do Iraque (depois dizem que são "eles" que querem invadir o Ocidente), em mais um caso que os "libertados"-coitados-não-se percebe-porquê combatem um império libertador-civilizador.
Conclusão: que objectivo se persegue em dizer mal "dos bons" e parecer desculpar os "maus"? Bem, para mim, o estatismo é que é o mal em si mesmo. O poder centralizado, seja eleito ou autocrático, padece dos mesmos males. Sendo um deles, a inexorável tendência para praticar o mal mesmo quando pretende fazer o bem. O poder democrático (no pior do seu sentido - o do centralismo democrático - sendo que esta característica no que respeita à política externa atinge o seu máximo, decidida por uns poucos) repetidamente padece de um mal adicional, uma certa tendência para "idealizar" os conflitos. Os poderes não-democratas (especialmente as monarquias), por paradoxo que possa parecer, têm consciência da precaridade da sua posição em termos de legitimidade (ou melhor, da presunção de consentimento) aos olhos da sua população. Mesmo no fascismo com políticas externas agressivas, as guerras têm de ser limitadas a objectivos compreensíveis. E mesmo os tiranos compreendem que uma guerra em larga escala é um perigo para a manutenção do poder. Por isso se pode dizer que Estaline venceu sem nada ter feito por isso.
Comments:
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Sim, comprei mais 4 livros do JP Taylor ()recebi ontem).
Sobre a monarquia dos "Habsburgs" 1809-1918, outro sobre Bismark e outro sobre a História da Alemanha.
Sobre a monarquia dos "Habsburgs" 1809-1918, outro sobre Bismark e outro sobre a História da Alemanha.
Desculpem, sem ter a ver com o assunto, já viram esta notícia?
http://ecletico.blogspot.com/2006/09/gold-bear.html
http://ecletico.blogspot.com/2006/09/gold-bear.html
Não têm relevancia especial. O Banco de Portugal vendeu mais 20 toneladas.
Como diz qq gold bug, cada queda do preço permite comprar pelo mesmo preço , uma maior quantidade de ouro.
Já antes tinha tocado nos 400 e voltado aos 300 para depois subir até aos 700.
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Como diz qq gold bug, cada queda do preço permite comprar pelo mesmo preço , uma maior quantidade de ouro.
Já antes tinha tocado nos 400 e voltado aos 300 para depois subir até aos 700.
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