2006/09/14

Re: Idiota

O Amigo do Povo

Comentários avulsos. Não que não concorde com a tese.

"Aliás, o que foram senão idiotas homens como George Washington ou Thomas Jefferson? Lutaram pela independência das Trexe Colónias? Que disparate! Não era óbvio que iam perder?"

As Guerras pela Independência sempre tiveram uma grande probabilidade de sucesso (por causa da sua característica não convencional). Um dos poucos casos de insucesso foi mesmo o dos Confederados.

"O que foi Winston Churchiil senão um idiota? Onde já se viu fazer com que a Grã-Bretanha e um império semi-esfarrapado e impreparado para a guerra continuassem praticamente sozinhos uma guerra com a quase generalidade do continente Europeu entre Junho de 1940 e Junho de 1941? Os realistas, os “velhos do Restelo” da altura, é que tinham razão quando começaram a pressionar seriamente Churchill e os seus incondicionais para que se iniciassem negociações com Hitler."

O Império não estava esfarrapado, a Grande Guerra tinha conseguido aumentar ainda mais o Império (que já era o maior). Os meios militares de Inglaterra e França não eram inferior à Alemanha. E coragem tiveram os Franceses, que depois de terem experimentado a realidade da luta no seu território da Primeira, declararam guerra sem hesitação na Segunda (sem canal a protegê-los). Já tinha sido a França a combater Carlos V.

Churchill conduziu o Império ao seu fim. O "realismo" podia ter conseguido que o regime de Hitler e Estaline se tivessem destruído mutuamente e sem invasão a Oeste. O resultado final foi a vitória de Estaline (invasor da Polónia 15 dias depois de Hitler) e do comunismo.

O Império sobreviveu enquanto...(AJP Taylor):" Though the object of being a Great Power is to be able to fight a great war, the only way of remaining a Great Power is not to fight one, or to fight it on a limited scale. This was the secret of Great Britain greatness...".

E não, Chruchill não trocou o Império por uma causa, a sua causa era a da preservação do Império (como digo, sejam quais forem as suas virtualidades).

"Afinal, não apenas a guerra estava perdida como era um sonho quimérico pensar que a Europa, ao menos em parte, podia e devia ser subtraída à Alemanha, restaurando Estados, Governos e liberdades literalmente engolidas pelo avanço do fascismo e do nazismo – tanto na frente interna como externa."

O fascismo e nazismo inicialmente, surgem como herdeiros do medo ao comunismo, do fim da civilizada ordem monárquica, e como tentativa de restabelecer o que os Impérios derrotados tinham perdido na anterior. Afinal o Império Britânico era quem dominava.

"E Pitt, o jovem Pitt, que foi senão um idiota? Não teria sido melhor para ele, para a Grã-Bretanha e para a Europa, meter a viola no saco e deixar tudo a Napoleão e à França."

Tal como no caso da Revolução Russa, a tentativa inicial de intervir em França contribuiu para consolidar o que viria a ser Napoleão. A bandeira do perigo e ingerência externa é sempre o melhor veículo para a população apoiar o "seu" candidato a ditador.

"E Reagan na década de 1980? Outro idiota chapado, sempre com aquela conversa de que a União Soviética era não apenas o “império do mal” mas que, sobretudo, seria um dia derrotada numa guerra “fria” que durava há já mais do que três décadas. A afrontar os soviéticos, a propor essa idiotice que foi a “guerra da estrelas”, sempre a sublinhar a superioridade moral da democracia sobre o comunismo. Idiota chapado!"

Reagan e Tatcher estenderam a mão ao Império do Mal que por sua vez caiu precisamente quando contrariou a sua prudente antiga política externa (de apenas preservar aquilo que lhes foi oferecido com o fim da WWII) ao invadir o Afeganistão.
Comments:
Quanto à credibilidade de AJP Taylor, ver a minha comunicação na Causa Liberal.

Mesmo se não goste de THATCHER, ela merece, no mínimo, que se escreve o nome correctamente.
 
Mas quem disse que não gosto de THatcher?

Só porque critiquei afundar um navio com +200 marinheiros que se afastava das Maldivas?

Fui hiper- Reaganista e Thatcherista em todo o seu mandato, tornei-me critico mais tarde, mas sem deixar de apontar qualidades.

Criticismo sobre quê? O intervencionismo.
 
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