2006/09/14
O destino dos Impérios
Blair jabs 'mad anti-Americanism'
Ok, tudo bem. É verdade. Existe o irritante anti-americanismo. Como diz CAA: "Em relação a Ribeiro e Castro sinto uma reacção semelhante à que, por vezes, tenho por George W. Bush, mutatis mutandis - não simpatizo especialmente com a figura, mas os ataques injustos e perniciosos com que os seus detractores permanentemente o obsequeiam quase que me levam a defendê-lo."
O Ethos (por mais que se afaste da realidade de hoje ou constitua em si um mito demasiado romantizado) americano é de não intervencionismo na economia e sociedade civil. Atingiu o auge no período da fronteira (e funcionou razoávelmente até ao fim do século 19, mesmo apesar de Lincoln). Ausência de Estado. Burke tem um texto que afirma mais ou menos que o mais puro anarquismo funcionou. Um livro recente, "The not so Wild, Wild West", confirma que existia Ordem, "Rule of Law" e ausência de Estado. O nível de crime, hoje na América (já bem mais reduzido que nos anos 70), é ainda 10 vezes superior ao do tal "Wild Wild West", o tal, onde todos andavam armados até aos dentes quando iam para os copos no Saloon.
Mas em assuntos internacionais, desde a WWII, que o intervencionismo internacional é a palavra de ordem, algo talvez inevitável a qualquer nação que chega à posição de grande nação, com um poder político centralizado e consolidado e o seu "complexo militar-industrial" ... o inevitável caminho para o Império, onde os acontecimentos passam a comandar a República para um destino inevitável porque é assim a ordem natural das coisas.
Por isso, o anti-americanismo, critíca o capitalismo internamente e o intervencionismo externo (se bem que aqui, é mais pelas escolhas feitas e não pelo princípio - porque também a tradição isolacionista parece ser vítima de tal perseguição, os isolacionisas coitados, os únicos com razão, estão sujeitos à censura de todas as partes, descartados com uma espécie de anomalia teórica).
Mas no final, o anti-anti-americanismo pode prestar um mau serviço à América.
Diz AJP Taylor:" Though the object of being a Great Power is to be able to fight a great war, the only way of remaining a Great Power is not to fight one, or to fight it on a limited scale. This was the secret of Great Britain greatness..".
Claro, o Império Britânico, que a tudo resistiu, morreu por morte súbita pelo mão do seu maior defensor: Churchill, aquele que nunca recusou a mais pequena hipótese de entrar em mais um conflito.
A América percorre o mesmo caminho. Os seus "maiores" defensores preparam-lhe a pior das armadilhas, aplaudidos entusiásticamente em todo o mundo pelos anti-anti-americanos. É o destino. Tem de ser?
Ok, tudo bem. É verdade. Existe o irritante anti-americanismo. Como diz CAA: "Em relação a Ribeiro e Castro sinto uma reacção semelhante à que, por vezes, tenho por George W. Bush, mutatis mutandis - não simpatizo especialmente com a figura, mas os ataques injustos e perniciosos com que os seus detractores permanentemente o obsequeiam quase que me levam a defendê-lo."
O Ethos (por mais que se afaste da realidade de hoje ou constitua em si um mito demasiado romantizado) americano é de não intervencionismo na economia e sociedade civil. Atingiu o auge no período da fronteira (e funcionou razoávelmente até ao fim do século 19, mesmo apesar de Lincoln). Ausência de Estado. Burke tem um texto que afirma mais ou menos que o mais puro anarquismo funcionou. Um livro recente, "The not so Wild, Wild West", confirma que existia Ordem, "Rule of Law" e ausência de Estado. O nível de crime, hoje na América (já bem mais reduzido que nos anos 70), é ainda 10 vezes superior ao do tal "Wild Wild West", o tal, onde todos andavam armados até aos dentes quando iam para os copos no Saloon.
Mas em assuntos internacionais, desde a WWII, que o intervencionismo internacional é a palavra de ordem, algo talvez inevitável a qualquer nação que chega à posição de grande nação, com um poder político centralizado e consolidado e o seu "complexo militar-industrial" ... o inevitável caminho para o Império, onde os acontecimentos passam a comandar a República para um destino inevitável porque é assim a ordem natural das coisas.
Por isso, o anti-americanismo, critíca o capitalismo internamente e o intervencionismo externo (se bem que aqui, é mais pelas escolhas feitas e não pelo princípio - porque também a tradição isolacionista parece ser vítima de tal perseguição, os isolacionisas coitados, os únicos com razão, estão sujeitos à censura de todas as partes, descartados com uma espécie de anomalia teórica).
Mas no final, o anti-anti-americanismo pode prestar um mau serviço à América.
Diz AJP Taylor:" Though the object of being a Great Power is to be able to fight a great war, the only way of remaining a Great Power is not to fight one, or to fight it on a limited scale. This was the secret of Great Britain greatness..".
Claro, o Império Britânico, que a tudo resistiu, morreu por morte súbita pelo mão do seu maior defensor: Churchill, aquele que nunca recusou a mais pequena hipótese de entrar em mais um conflito.
A América percorre o mesmo caminho. Os seus "maiores" defensores preparam-lhe a pior das armadilhas, aplaudidos entusiásticamente em todo o mundo pelos anti-anti-americanos. É o destino. Tem de ser?
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O império Romano.
O império de Alexandre.
O império de Napoleão.
O império Inca.
O império Português.
...
Será o principio de Peter?
Ao qual se veio juntar a lei de Dilbert.
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