2006/08/02

Re: A moral, a lei e a guerra

João Miranda conclui que não existe moral e apenas interesses (ou seja, eu diria meros status quos entre comunidades que pretendem o acesso a dominar um status quo).

"6. A comunidade internacional é ainda uma comunidade anárquica em que a força prevalece sobre a lei."

Será sempre uma comunidade anárquica mas não é por isso que prevale sobre a lei. O Estado prevalece sobre a lei, esse é o problema. Como é que um conjunto de Estados poderia não prevalecer sobre a lei?

E que lei? Lei é a que reconhece um determinado Staus Quo de um Estado? O presente, a que foi no passado, a que poderá vir no futuro?

A única forma de minimizar a Desordem Internacional é a contenção em os Estados limitarem a sua acção (que prevalece sober a "lei") ao seu próprio Status Quo.

Este era o bom princípio monárquico das leis da neutralidade e da separação da guerra da população.

A democracia é o que precisamente estende a responsabilidade das acções de um Estado fora do seu território a toda a população. O que alias óbviamente aumenta substancialmente a responsabilidade da guerra feita por democracias. Como parece ser o caso do anterior post.

"8. A aplicação de regras morais a um conflito internacional acabará por se revelar hipócrita no dia em que os próprios moralistas se virem envolvidos num conflito. Alguém acredita que se Portugal estivesse envolvido num conflito como o do Médio Oriente haveria por aqui tantos apelos à paz e à moral? "

Teria sido preciso os portugueses terem emigrado para a Peninsula Ibérica e declarado um Estado Lusitano, e tudo o que se seguiu para ser comparável por exemplo a uma guerra entre Portugal e um grupo de espanhóis chateados com tal evento.

Não um conflito por Olivença cuja legalidade internacional seria porventura superior.
Comments: Post a Comment



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?