2006/08/10

"Os árabes voltaram a recusar"

No DN: Vasco Graça Moura: "As lembranças de Sião"

A defesa tradicional do nascimento de um novo Status Quo, criado por um influxo de imigrantes. E a admiração tradicional no pró-israelismo pelos seus feitos militares. Toda a gente os admira. Eu também. Embore mostre de que é feito o nascimento de um Estado. A força.

Tudo o que diz parece ser verdade, o problema é como sempre dizer metade da verdade. Nada sobre as milícias armadas que atacaram igualmenterárabes e britânicos, nem os massacres ocorridos, nem os ataques terroristas (cuja autoria moral - como o foi o pretexto de eliminar um tetraplégico com um missel teleguiado - foi de um futuro primeiro ministro israelita). E nunca se refere a dupla promessa britânica a árabes e judeus pela soberania (não, não era para divisão, foi mesmo uma jogo duplo, tradicional nos britânicos quando se tratava de defender o seu Império) no decorrer da "WWI".

Excepto numa coisa várias vezes repetidas.

"Os árabes voltaram a recusar."

Pois, esse é mesmo o problema.

Os árabes locais, cujo sentimento de nacionalidade só apareceu justamente como reacção à pretensão sionista, "transformando-se" assim em Palestinianos, "sempre recusaram" aquilo que alguns Estados árabes acabaram por realisticamente (deixando de lado os mesmos princípios que os do outro lado em assuntos de guerra dizem sempre ser absolutos morais não negociáveis ao mesmo tempo que exigem que os outros façam isso mesmo) aceitaram.

A defesa sem dúvidas do lado israelita nunca consegue transpôr este problema. O de existirem pessoas, os mais directamente afectados, que nunca o aceitaram. Dizer isto não é escolher um lado. É manter a neutralidade.

O anti-pacifismo debate-se com a contradição de exigir que o outro lado se converta ao pacifismo. A outra das suas falácias é converter disputas territoriais em disputas ideológicas do tipo "democracia-liberal" versus um qualquer mal, do tipo, os "direitos das mulheres". O jogo típico neo-conservador que de conservador não tem nada.

Uma das causas para que uma Guerra tradicional entre Impérios na Europa tenha dado origem às repúblicas comunistas e fascistas. Quem não o percebe, não perceba nada.
Comments:
Você que tanto post faz porque é que não investiga um pouco mais para além das noticias que recebe dos media?
Enquanto andamos a discutir arabes e judeus, eixos do mal, terrorismos e al Qaeda está desenrolar-se uma guerra de dinossauros pelo controlo do petroleo. Já ouviu falar do pipe-line Baku-Tblisi-Ceyhan (BTC)?
As guerras ideológicas ou religiosas (se é que alguma vez o foram) não existem.
 
As guerras ideológicas existem se na mente das populações existir. É essa a realidade delas, não o pipeline x ou y do qual elas mal ouviram falar.

Verdades existem muitas, pois cada um constrói uma realidade própria do mundo que o rodeia. O ódio religioso nasce dessa "realidade construída".

Gosto muito de ler os textos do CN. Tanto neste blog como no blog causaliberal.
 
Já pensou quem é que constroi essas realidades? Não seria melhor usarmos a nossa inteligência e e curiosidade natural (que nos distingue dos outros animais como tanto apregoamos) e tentar perceber para além das realidades construídas por outros?
Também gosto de ler os post do CN mas, não abano a cauda por isso.
 
Não compreendo a necessidade desse tipo de discurso.
O Sr. não me conhece e eu não o conheço a si. Não posso levá-lo a sério com um discurso desses, logo não irei responder ao seu ponto.
 
Isso é a realidade dos Impérios.

A inevitável tendência dos Estados em prosseguirem objectivos económicos-nacionalistas.

Isto é, como se ser o dono disto ou daquilo fosse importante. O importante é a liberdade de troca.

Por isso, um anarco-capitalista com eu dirá semrpe que todos os estados sã nacionalistas.

O Capitalismo de Estado não é Capitalismo.
 
Gostaria que fosse mais objectivo quando se refere a "tipo de discurso". É um discurso não concordante com a suas opiniões? É um discurso realista demais para o seu gosto? É um discurso que não se encaixa nas regras estabelecidas? É um discurso errado? Porquê?
Fazer comentários a textos não é só dizer "muito bem escrito", "gostei do texto".
O discurso deve ter dois sentidos ou então torna-se estéril.
 
O médio-oriente está a ser palco de uma luta entre grupos economicos (não nacionalistas mas ùnicamente profit driven) pelo controlo do petroleo da região e são os instintos nacionalista/tribais manipulados pelos governos/estado "eleitos" que fornecem o barulho e estragos a que estamos a assistir.
Porque é que o Iraque foi invadido? Porque é que as eleições na Georgia foram acusadas de fraudulentas? Porque é que o Irão é o próximo alvo a abater? Porque é que a Rússia anda a tentar minimizar os prejuízos fazendo acordos sobre refinarias com a Turquia?
Quem acha que governa este nosso cantinho à beira-mar plantado? O Sócrates e amigos? Ou será a banca, a Sonae e outros?
Quem acha que governa o mundo globalizado?
 
anarco-capialismo e liberalismo à parte, tu vais dizendo coisas bem interessantes.

Há sempre uma mania que nos prende...

";O))
 
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