2006/08/29

Os "Idiotas úteis" de Lenine

A razão da expressão foi a evocação da paz com os alemães para consegur o apoio da população Russa (ou a não oposição) à deposição do Czar e depois a revolução comunista (mais uma golpe de Estado, na verdade).

Os "pro-war" gostam assim de evocar Lenine para descrebilizar os "anti-war".

Mas Lenine, em boa verdade, referia-se aos "Idiotas Úteis" para evocar quem não-intencionalmente contribuiu para as condições propícias a uma revolução comunista interna, não própriamente sobre quem procura a paz em conflitos extra-territoriais.

Um culpado, claro, foi o Presidente Americano (Democrata, progressista, anti-monárquico, pouco amigo do cristianismo ortodoxo e catolicismo) que impediu o Czar de chegar a acordo com o Kaiser (de que era primo, além de ser neto da Rainha Vitória) insistindo na continuação da guerra.

Isso esgotou o regime permitindo que uma monarquia com 5 milhões de soldados fieis ao Czar acabasse na mão de uma minoria comunista (com uma ideologia completamente estranha à tradição e costume duma cultura cristã ortodoxa), que levantava a bandeira da paz.

A historia está cheia de ironias.

A causa dos "idiotas úteis" de Lenine são os idiotas inúteis pela "permanent war for permanent peace". Foi a não obtenção da paz mais cedo (e em primeiro lugar o próprio início da guerra, defendendo um aliado da sua esfera de influência que estava implicado num atentado terrorista contra o herdeiro do Império-Austro-Húngaro) que concedeu a grande oportunidade a Lenine (foram os próprios alemães a colocar Lenine no comboio em direcção a Mosocovo como quem lança uma arma biológica de destruição maciça).

Assim, sempre que ouvirem alguém evocar os "idiotas úteis", sabemos que provávelmente estará a falar um "idiota inútil".

PS: a dislexia de termos, conceitos e interpretação histórica é uma constante no anti-"islamo-fasicsmo".

Comments:
"Isso esgotou o regime permitindo que uma monarquia com 5 milhões de soldados fieis ao Czar acabasse na mão de uma minoria comunista (com uma ideologia completamente estranha à tradição e costume duma cultura cristã ortodoxa), que levantava a bandeira da paz"

Não acha que a miséria, fome e o analfabetismo da população russa também teve um papel importante?

Uma sociedade em grande parte da população mal consegue suprir as suas necessidades básicas de alimentação, alojamento e educação não estará mais premeável a discursos de "salvadores da pátria"?
 
Sim, sobretudo era pouco aberta economicamente, embora as reformas tivessem a ser feitas. A Rússia sempre foi um grande desconhecido.

Mas como a história demonstrou depois, o Czarismo (principalmente com algumas reformas) seria um mal muito menor comparado com o que sucedeu depois.

Tal como o Kaiser (por sinal já com voto universal para uma das camaras) ou o imperio austriaco um mal muito menor em relação às repúblicas que as sucederam (ou ainda em Espanha, Itália, etc).

Tudo isso foram as consequências da WWI.

DA minha veia anarquista: foi o necessário para o nascimento do Estado Moderno. Guerras e Estado, um nao prospera sem o outro.
 
Não sei se a abertura economica naquela época seria tão importante.
Veja o caso da Espanha, país que visitei regularmente desde 67.
Em 67, a Espanha era um país com um nível de vida baixo, onde os únicos produtos que encontrava no mercado eram de fabrico espanhol (até os exitos ingleses da altura só existiam numa versão espanhola).
Essa politica, aliada a outras medidas como é evidente, não produziu tão maus resultados.
Quando e se o ser humano conseguir atingir a maturidade e conhecimento suficiente para não precisar de leis impostas pela força, nem "pais", nem "chefes de tribo", aí o Anarquismo será, sem dúvida, o ideal.
 
Não, o anarquismo não é uma espécide de fim ideológico utópico só possvel quando as pessoas tiverem preparadas, depois de anos de big brother estatista.

É na verdade uma condição primeira para as pessoas poderem desenvolver um espirito de cooperação voluntária. Marxa falava criticamente da anarquia do capitaismo. Mas é esse anarquismo que poe o planeta a produzir, e a trocar livremetne, toda uma população com diferenças etnicas-culturais, apesar de todo o mal do intervencionismo existente que tem o efeito contrário - tende a colcar as pessoas em interesses colectivos-nacionalistas em oposição.

Na cooperação voluntária do capitalismo, cada troca representa um ganho para ambas as partes.

Mas vou deixar a discussão para mais tarde.

Os resultado são mais se compararmos com o que teria acontecido com a liberdade comércio, que não é um ideal em si. È um direito fundametnal humano.

Não é concebível que eu deseja comprar um produto chinês e o meu "Estado" o proiba.

Além disso, essa liberdade de comércio é o maior indutor da cooperação pacifica internacional.

Sò existem problemas a nivel internacional quando são os Estados numa logica de império a proteger empresas artificialmente,

Mas isso é estatismo, não liberalismo/capitaismo.

Infelizmente existem liberais que pouco importancia a esse tipo de intervencionismo.
 
Existe algum lugar no mundo onde já se tenha aplicado estes principios?
Só a prática pode mostrar aos beneficios/maleficios de uma teoria, sobretudo quando o "material de trabalho" é o ser humano.
Não consigo acreditar no sentido de cooperação VOLUNTÁRIA por parte da grande maioria dos seres humanos.
 
"Não consigo acreditar no sentido de cooperação VOLUNTÁRIA por parte da grande maioria dos seres humanos. "

Vai-me desculpar, mas essas está à frente dos seus olhos.

Em tudo o que compra, vende, o seu trabalho, aquilo que poupa/investe, é apenas possivel devido ao resultado da cooperação voluntária pacífica à escala mundial. Um verdadeiro milagre. É essa cooperação só se torna possivel na medida em que as pessoas são livres de apropriar-se honestamente de propriedade (em primeiro lugar o seu proprio corpor e força de trabalho) e de propor a sua troca sem o recurso à coerção fisica.
 
"as pessoas são livres de apropriar-se honestamente de propriedade"
O problema é a percentagem de pessoas "livres" é cada vez menor.
Veja, por exemplo,o número de emigrantes que chegam de Africa todos os dias precisamente por não terem a liberdade de se apropriar honestamente de comida.
Olhe para as imagens don Katrina e diga-me acha que a grande maioria daquelas pessoas são livres?
Quando as pessoas têem que ter 2 e 3 empregos para conseguir meramente sobreviver, são livres?
 
Aparentemente os Africanos pretendem adoptar e viver onde essa liberdade de propriedade e troca , é apesar de tudo maior. Os emigrantes do terceiro-mundo são a prova que a mesma pessoa , inserida numa sociedade com os valores (liberdade de troca e aquisiçao de propriedade) tem a mesma produtividade que os outros.

Talvez devessem livrar-se dos seus próprios Estados-Nação. Seria o que eu recomendaria. Mais valia adoptarem uma espécie de anarquismo tribal, sem governos centrais.

A pobreza continuada está relacionada directamente com a dificuldade na sociedade civil (famlias, etc) em acumular e preservar patrimonio/capital (começando por casas, pequenos terrenos agricolas, etc).

A insegurança dos titulos de propriedade (e incapacidade de os defender, tal como incapazes de "forçar" contratos estabelecidos) afastam completamente qualquer possibilidade da população se ajudar a si própria, ou de terceiros investirem na sua mão de obra.

Parece abstracto e afastado dos problemas reais mas não é.


Isto não é economicismo. A natureza da realidade dita que só com a poupança/investimento/aumento produção se consegue desenvolvimento.

Mas a boa noticia é que este processo não precisa de planeamento, Apenas que a cultura das pessoas não abdique de respeitar os direitos naturais uns dos outros, e perseguindo cada um os seus objectivos individuais, familiares, comunitários, ou mesmo tribais.

E tem pouca importancia que sejam "multinacionais" a estabelecer-se e "tomar conta de recursos nacionais" - isso é o tipo de racionalidade "nacionalista"/"fascista". Eu diria, mesmo quando essa presença foi , erradamente, "ajudada".

O que importa é que exista liberdade e segurança para os próprios poderem efectuar trocas e acumulação do capital, mesmo que partindo de uma base muito minima.

Isso inclui, inexistencia de salarios minimos (um luxo e mesmo assim apenas com efeitos preversos, dos ricos) e outras instituições "sociais". Podem pensar nelas mais tarde.
 
"Apenas que a cultura das pessoas não abdique de respeitar os direitos naturais uns dos outros, "

Ora aqui está o que eu quiz dizer com
"Quando e se o ser humano conseguir atingir a maturidade e conhecimento suficiente para não precisar de leis impostas pela força"

Por issso é que eu digo que a sua fé no ser humano é muito maior que a minha.
Quantas pessoas conhece que perante a possibilidade de lucro pensam nos direitos dos outros?
O membros do Estado, as administrações das multinacionais, os trabalhadores por conta de outrém são todos "animais" humanos tribais com instintos primitivos de caça descendentes dos caçadores que ao longo da História tantas vezes exterminaram o objecto da sua caça e fizeram com que civilizações com grandes níveis de sucesso caíssem na decadência.
 
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