2006/08/04

Da responsabilidade das democracias políticas

O problema das guerras e as democracias é que um acto de guerra duma democracia compromete todo sistema e a população. A democracia popularizou a guerra. Ao fazê-lo assegurou que as guerras tenham passado a ser de forma inevitável a uma guerra de massas.

No tempo dos monarcas, ou mesmo nos tempos modernos dos autocratas, os actos de guerra eram da responsabilidade de um número limitado de pessoas. No moderno centralismo democrático são o sistema que a todos abrange tal como os impostos somos "nós que o cobramos a nós próprios".

Subsiste a falácia de que as democracias fazem menos guerras. Mas era no tempo do elitismo que as guerras pouco afectavam a sociedade civil (Napoleão fez a primeira guerra moderna ideológica, Lincoln a segunda - com amplas consequências civis).

O outro aspecto é que uma guerra de guerrilheiros (hoje, suponho que são todos "terroristas"), não financiada por uma estrutura estatal de centralismo democrático, tem pelo menos a vantagem de não implicar "moralmente" (não é assim que pessoalmente o vejo, mas quem acredita profundamente na "democracia" como um fim em si mesmo...) o resto da população.

Truman decidiu lançar duas bombas atómicas. Se fosse um autocrata podia ser acusado individualmente. Como não era, é o sistema que pode ser assim acusado. O mal feito é o mesmo. O número de implicados é muito maior.

PS. Existem todos os indícios que apesar de todos os "check and balances" tal decisão ficou mesmo restrita a Trumam. Nem o General Maccarthy sabia da decisão, que aliás como o futuro Presidente Eisenhower, condenou tal massacre nos piores termos. Aliás, os republicanos na altura, escrevendo numa ainda saudável National Review também o fizeram. Hoje, é tudo diferente. São todos "Roosevetl&Truman" lovers. Principalmente a direita. Principalmente muitos liberais.
Comments:
"Aliás, os republicanos na altura, escrevendo numa ainda saudável National Review também o fizeram"

Já havia National Review na altura?
 
SIm já existia. a NR mais tarde sofre uma purga, saindo muitos autores tradicionjais, passando a imperar o neo-conservadorismo.
 
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